Apneia do sono na terceira idade

Mai 3, 2022 | APNEIA DO SONO, CURIOSIDADES | 0 comments

Conhece a apneia do sono? Trata-se de um transtorno respiratório que ocorre durante o sono, e que, normalmente, é causado pela obstrução das vias respiratórias superiores. O habitual é que, quem a sofre, sofra também de sonolência diurna, ronquidos, e incluso de diminuição do funcionamento cognitivo.

A prevalência desta enfermidade aumenta com a idade, ainda que a sua gravidade, assim como a mortalidade que esta doença tem associada, possa diminuir nas pessoas mais idosas. Contamos-lhe mais sobre como se vive a apneia do sono na terceira idade. 

A apneia do sono na terceira idade

A síndrome de apneia do sono (SAS) é um transtorno caracterizado por pausas repetidas na respiração durante o sono. Por vezes, esta enfermidade encontra-se subdiagnosticada, ainda que a sua prevalência esteja a aumentar, e recentemente foi demonstrado que chega até 40% da população geral, e, provavelmente, esta percentagem seja mais elevada na terceira idade. 

A síndrome de apneia do sono interrompe o descanso e causa hipoxia intermitente, que poderia contribuir para uma variedade de consequências fisiopatológicas, incluindo a deterioração cognitiva, sobretudo na terceira idade. 

De fato, a síndrome da apneia do sono costuma acontecer em maior escala em pacientes que sofrem de enfermidades neurodegenerativas, e suspeita-se que aumenta os riscos de desenvolver a doença de Alzheimer, tal como explica uma investigação publicada em 2020

Sintomas comuns da apneia do sono

Os sintomas da apneia do sono costumam ser similares em todas as idades. No entanto, sucede que os sinais e sintomas das apneias obstrutivas e centrais do sono se sobrepõem, o que, por vezes, dificulta a determinação de qual é o tipo de apneia de que a pessoa sofre. 

Os sinais e sintomas mais comuns das apneias obstrutivas e centrais do sono costumam ser:

    • Ronquidos fortes.
    • Falta de ar durante o sono.
    • Episódios em que se deixa de respirar durante o sono.
    • Dificuldade para permanecer a dormir (insónia).
    • Dificuldade para prestar atenção quando se está acordado.
    • Dor de cabeça matutina.
    • Sonolência diurna excessiva (hipersonia).
    • Irritabilidade.
    • Despertar-se com a boca seca   

CAUSAS

Como lhe dizíamos, a apneia do sono pode ser apneia obstrutiva do sono, ou apneia central do sono. Cada uma tem as suas próprias possíveis causas:

Causas da apneia obstrutiva do sono

Na terceira idade podem existir certas causas comuns que levem uma pessoa a sofrer de apneia obstrutiva do sono. Em concreto, este tipo de apneia ocorre quando os músculos da parte posterior da garganta se relaxam. Estes músculos sustêm o palato mole, a peça triangular de tecido que está pendurada no palato mole (chamada úvula), as paredes laterais da garganta, as amígdalas e a língua.

Quando os músculos se relaxam, as vias respiratórias estreitam-se ou fecham-se ao inspirar. Desta maneira, a pessoa que sofre de apneia não consegue obter suficiente ar, o que pode reduzir o nível de oxigénio no sangue.

O cérebro deteta a incapacidade para respirar e desperta-o brevemente, para que possa reabrir as vias respiratórias. Este despertar costuma ser tão breve que, posteriormente, não se costuma recordar.

A pessoa poderia, além do mais, engasgar-se, ficar ofegante, ou com falta de ar. Este padrão pode repetir-se de cinco a 30 vezes cada noite, o que afeta a capacidade de quem sofre com este problema para alcançar fases profundas e relaxantes do sono. 

Existem alguns fatores de risco que fazem com que padecer deste tipo de apneia seja mais provável. O feito de pertencer à terceira idade é um deles. Entre outros, também encontramos:

  • Sofrer de excesso de peso: a obesidade aumenta em grande medida o risco de sofrer de apneia do sono. Os depósitos de gordura à volta das vias respiratórias superiores podem obstruir a respiração. 
  • Ser homem: os homens têm de duas a três vezes mais probabilidades de ter apneia do sono, quando comparados com as mulheres. Porém, as mulheres aumentam o seu risco, caso sofram de excesso de peso, e depois de sofrerem a menopausa. 
  • Congestão nasal: caso se tenha dificuldades para respirar pelo nariz, quer seja por um problema anatómico ou por alergias, é mais provável que se desenvolva apneia do sono. 
  • Uma via respiratória estreita: é possível que as pessoas que sofrem de apneia tenham herdado uma garganta estreita. As amígdalas ou adenoides também podem crescer e bloquear as vias respiratórias, especialmente nas crianças. 
  • Fumar: os fumadores têm até três vezes mais probabilidades de sofrerem de apneia obstrutiva do sono do que as pessoas que nunca tenham fumado. Fumar pode aumentar a inflamação e a retenção de líquidos nas vias respiratórias superiores. 
  • Uso de álcool, tranquilizantes ou sedantes: estas substâncias relaxam os músculos da garganta, o que pode piorar a apneia obstrutiva do sono. 
  • Condições médicas: a pressão arterial alta, a insuficiência cardíaca congestiva, a doença de Parkinson ou a diabetes tipo 2 são algumas das doenças que podem aumentar o risco de sofrer de apneia obstrutiva do sono. Também entram nesta categoria os acidentes vasculares cerebrais prévios, a síndrome dos ovários policísticos, ou as doenças pulmonares crónicas. 
  • História familiar: ter familiares com apneia do sono poderia aumentar o riso de também sofrer com este problema. 

Causas da apneia central do sono

A apneia central do sono é o tipo de apneia menos comum. Esta ocorre quando o cérebro não transmite sinais aos músculos respiratórios. Isto significa que não faz nenhum esforço por respirar durante um período breve. É possível que quem a sofra se desperte com dificuldades para respirar, ou que lhes seja difícil conseguir adormecer ou permanecer dormidos. 

Também existem certos fatores de risco que fazem com que sofrer de apneia do sono na terceira idade seja mais provável:

  • A idade: tal como sucede com a apneia obstrutiva do sono, os adultos mais idosos têm um maior risco de padecer de apneia central do sono.
  • Transtornos do coração: sofrer de insuficiência cardíaca congestiva aumenta o risco de sofrer de apneia central. 
  • Ser homem, tal como acontece com a apneia obstrutiva do sono.
  • Usar analgésicos narcóticos: em concreto, os medicamentos opióides, especialmente os de ação prolongada, como a metadona, aumentam o risco de sofrer deste tipo de apneia. 
  • Ter sofrido um acidente vascular cerebral.

Tanto na apneia central como na apneia obstrutiva do sono podem-se produzir complicações, especialmente quando falamos de adultos mais idosos. Por isso é importante consultar com um especialista acerca do melhor tratamento em cada caso. A saúde é o mais importante!