Contos de primavera para crianças

Jun 9, 2022 | CRIANÇAS | 0 comments

Chega a primavera e, com ela, todos nos revolucionamos um pouco, especialmente os mais pequenos. Sobretudo nestas épocas, é possível que mantê-los ocupados possa ser um pouco mais complicado do que o habitual, e que se nos acabem as ideias para os manter entretidos.

Por isso, na Maxcolchon pensamos em dar-lhe uma ajuda, e fizemos uma lista de contos curtos de primavera para crianças. Trata-se de uma série de três contos agradáveis, com os quais poderá entreter as suas crianças, ao mesmo tempo que fomentamos a sua imaginação, já que ler às crianças pode ter diferentes benefícios. 

Benefícios de ler às crianças

Os bebés e as crianças pequenas são esponjas que absorvem qualquer coisa que os rodeie. Incluso quando lhes contamos alguma história, as suas mentes assimilam a linguagem e processam a informação que lhes oferecemos. E tudo isto pressupõe uma série de benefícios para eles. Alguns desses benefícios são os seguintes:

    • Reforço do vínculo pais-filhos.
    • Desenvolvimento cognitivo e da linguagem.
    • Desenvolvimento da habilidade de escutar.
    • Aprendizagem de lições de vida.
    • Desenvolvimento da criatividade.
    • Aumento do desenvolvimento social e emocional.

Como vê, contar histórias às crianças significa uma imensidão de vantagens. Vejamos alguns contos sobre a primavera de que vão gostar de certeza. 

Contos de primavera para crianças

Como lhe dizíamos, contar histórias às crianças carrega uma série de vantagens, não só para os manter entretidos, mas também para desenvolver a sua mente. Neste caso, deixamos-lhe três contos curtos que podem fazer com que reflexionem sobre a primavera.

As tulipas das fadas

Era uma vez uma adorável velhinha que vivia numa pequena casa. No seu jardim, tinha um leito de lindas tulipas listradas.

Uma noite, a velhinha foi despertada com sons de bebés a rir e cantos celestiais. Olhou pela janela. Os sons pareciam sair bem do meio das suas tulipas, mas ela não conseguia ver nada. 

Na manhã seguinte caminhou por entre as suas flores, mas não havia sinais de que alguém estivesse estado ali na noite anterior. Na noite seguinte, foi novamente despertada pelos doces cantos e pelos risos dos bebés. Levantou-se e deslizou silenciosamente pelo seu jardim. A lua brilhava intensamente sobre as suas tulipas, e as flores balançavam de um lado para o outro. A velhinha olhou mais de perto e viu, de pé junto a cada tulipa, uma pequena fada mãe que cantarolava e embalava a flor como um berço, enquanto que em cada tulipa estava deitada uma pequena bebé fada, que ria e brincava. 

A velhinha voltou sigilosamente para sua casa, e desde então nunca recolheu nenhuma tulipa, nem permitiu que os seus vizinhos tocassem nas suas flores. As tulipas cresciam cada dia mais brilhantes em cor e maiores em tamanho, e largavam um delicioso perfume, como o das rosas. Além disso, também começaram a florescer durante todo o ano. E, todas as noites, as pequenas fadas mães acariciavam as suas bebés e as embalavam, para que dormissem dentro daquelas flores.

Chegou o dia em que a simpática velhinha morreu, e a cama de tulipas foi arrancada por pessoas que não sabiam nada sobre as fadas, e ali foi plantada salsa, no lugar das flores. Mas a salsa murchou, e também todas as outras plantas do jardim, e desde esse momento nada mais cresceu nesse lugar.

No entanto, a campa da simpática velhinha estava sempre bonita, porque as fadas cantavam sobre ela e mantinham-na verde, enquanto que, sobre a campa e à sua volta brotavam tulipas, violetas, narcisos e outras lindas flores de primavera.

A canção da primavera

Era uma vez um rei que estava muito doente, e ninguém em toda a corte podia descobrir qual era a sua doença, ou como curar o rei. Ele tinha sido o rei mais amável e alegre em quilómetros ao seu redor, e sempre disposto a ajudar os pobres ou a parar para brincar com as crianças enquanto conduzia o seu carro pela aldeia. Mas agora nunca sorria, e parecia demasiado cansado para se preocupar com tudo o que sucedia no reino, e ninguém sabia o que fazer a esse respeito.

-O rei necessita de comida mais delicada-disse o cozinheiro da corte, e assim serviu peru real assado sobre umas tostas, romãs com natas, mel silvestre, pastéis de queijo tão leves como plumas, e um bolo feito com ovos de galinha. Mas o rei não comeu nada do que ele preparou.

“O rei necessita de medicamentos”, disse o médico da corte, e procurou no campo por coisas que cresciam e preparou chá de pétalas de rosas, e fez uma poção de flores eternas misturadas com alecrim, e destilou madressilva silvestre com orvalho recolhido ao amanhecer. Mas o rei não bebeu nada do que ele preparou.

“Talvez a música distraia o rei”, sugeriu o Sábio da Corte. “Poderia fazê-lo esquecer do que o está a preocupar”. E, como a música era o único remédio para a doença do rei que ainda não tinha sido experimentado, o Arauto da Corte foi rapidamente para as ruas, gritando tão forte quanto podia: “Música para o Rei! Música para o Rei! Riquezas e honra para quem saiba tocar a mais linda melodia e faça com que o rei se esqueça dos seus problemas”.

Imediatamente depois, o palácio encheu-se de música, algumas canções muito bonitas, todas tocadas por personagens muito famosos. Um doce cantor veio com o seu alaúde e cantou ao rei sobre todas as princesas e rainhas que tinham escutado as suas melodias. Mas o rei continuava débil e preocupado.

Chegou um harpista de um país bem longe, e tocou uma música que soava como o vento impetuoso no cimo das montanhas e a torrente dos grandes córregos. Mas o rei apenas agradeceu ao harpista pela sua presença e pediu-lhe que regressasse ao seu lar. O mesmo sucedeu quando chegou o trompetista, que dava grandes gritos com o seu trompete, mas o rei parecia mais triste do que nunca após tudo isto. Parecia que nem sequer a música seria capaz de curar o rei.

De repente, um menino que cuidava de um rebanho de ovelhas, e que tinha sempre amáveis palavras para todos e tocava violino, disse: “devo ir tocar perante o rei”. “Apenas se vão rir do teu pequeno violino”, disseram os seus irmãos, mas o maior de todos eles prometeu cuidar das suas ovelhas e o pequeno partiu em direção ao palácio. 

O pequeno menino tocou as cordas com o arco e soou uma melodia adorável, como uma dezena de pássaros e a voz de um riacho ondulante, tudo junto com sons de pequenos cantores da terra, as abelhas, os grilos e os gafanhotos. Enquanto o rei escutava, os seus ombros dobrados endireitaram-se, e o seu rosto iluminou-se com um sorriso. Estendeu as suas mãos na direção do pequeno e disse-lhe: “Escutei essa melodia uma vez quando era criança”, “faz-me bem escutá-la agora.  O que é?”

“É sobre a primavera, majestade”, disse o pequeno. “É a canção que aprendi dos campos quando terminou o inverno. Se sua majestade vier comigo ao pasto das minhas ovelhas, pode escutá-la ali todos os dias”. 

E assim foi: o rei visitava frequentemente o pequeno e as suas ovelhas, e o pequeno recebeu as riquezas e a honra de ter curado o seu rei. 

As flores do desfiladeiro

No princípio dos tempos não existiam desfiladeiros, mas apenas uma ampla pradaria. Um dia, o Mestre da Pradaria, passeando pelos seus grandes prados, onde apenas havia pastos, perguntou à Pradaria: “onde estão as tuas flores?”, e a Pradaria respondeu: “Mestre, não tenho sementes”.

Assim, o Mestre falou com os pássaros e estes trouxeram sementes de todos os tipos de flores e espalharam-nas por todas as partes, e rapidamente a pradaria floresceu com rosas, girassóis silvestres e lírios vermelhos durante todo o verão.

O Mestre, muito satisfeito, ainda sentia a falta de todas as flores de que mais gostava, e disse à Pradaria: “onde estão as clematites, as violetas e as anémonas? E, uma vez mais, a Pradaria respondeu: “Mestre, não tenho sementes”. Assim, novamente o Mestre falou com os pássaros, para que trouxessem todas as sementes à Pradaria e as espalhassem por todas as partes. 

Mas, quando o Mestre regressou, não conseguiu encontrar as flores que mais amava, e disse à Pradaria: “onde estão as flores que eu mais amo?”

Então, a Pradaria chorou com tristeza, e disse-lhe: “Oh, Mestre, não consigo ficar com as flores, porque o vento sopra com força e o sol bate-me no peito, e as flores murcham e voam”. 

Então, o Mestre falou com o Relâmpago, e, com um golpe rápido, o Relâmpago dividiu a Pradaria bem ao meio. A Pradaria gemeu com dores durante muitos dias, devido à sua ferida aberta. 

Mas, de repente, um pequeno rio verteu as suas águas através da fenda criada, e criou um molde profundo e negro, e uma vez mais os pássaros trouxeram sementes e espalharam essas sementes pelo desfiladeiro. Então, após muito tempo, as ásperas rochas enfeitaram-se com musgos e vinhas, e todos os cantos se cobriram de clematites, violetas e anémonas, e grandes olmos alçaram as suas copas em direção à luz do sol, e à volta dos seus pés cresceram árvores, e todas as plantas cresceram e floresceram até que o desfiladeiro se converteu no lugar preferido do Mestre para o descanso, a paz e a alegria. 

O que lhe parecem estes preciosos contos curtos de primavera para crianças? São perfeitos para serem contados antes de dormir, ou numa tarde relaxada de primavera. Esperamos que possam ser úteis!