Morfeu: o deus do sonho e dos pesadelos

Set 25, 2022 | SIGNIFICADO DO SONHOS, CURIOSIDADES | 0 comments

“Entregou-se nos braços de Morfeu”. Dizemos esse tipo de frases quando vemos alguém a dormir placidamente. Alguma vez já parou para pensar na sua origem? Por que consideramos Morfeu como o Deus do sonho? Vamos dar uma volta pela Grécia dos Deuses, dos mitos e das lendas.

As origens de Morfeu: assim chegou a ser considerado o Deus do sonho 

Como nas novelas gráficas e nos filmes que são adaptações de livros, todas as histórias sobre os antigos deuses da Grécia têm uma origem. Para que um super-herói se transforme em tal, tem de ter antes uma história que o possa validar, e com estes mitos da Grécia mais clássica sucede o mesmo. E os inícios de Morfeu estão no seu próprio pai, Hipnos.

Hipnos, o primeiro Deus do sono, era filho da deusa da Noite, e estava associado com Érebo, que representava a escuridão. Com estes antecedentes familiares, não foi de estranhar que fosse escolhido como o primeiro Deus do sonho. Encarregado de representar recreações oníricas para os demais, ou de se transformar em outras pessoas para mandar mensagens nos seus próprios sonhos, o seu maior legado foi a conceção de Morfeu. Seu filho e, posteriormente, o Deus do sonho que se manteve no imaginário coletivo atual.

A lenda diz que foi o seu pai, Hipnos, quem lhe encomendou a missão de se encarregar dos sonhos. Mas algo bastante concreto. Enquanto os seus irmãos Fobetor e Fântaso eram os responsáveis pelo aparecimento de animais e objetos, respetivamente, Morfeu era das pessoas. 

Morfeu criava os sonhos de todos aqueles que se deitavam, encarregando-se de produzir as mesmas formas humanas que na realidade. Uma espécie de poder único, outorgado por seu pai, e uma mensagem aos restantes filhos: Morfeu seria o escolhido para o substituir. Além do mais, era o encarregado de entregar as mensagens que os outros deuses tinham para os dormentes. 

O novo e jovem Deus do sonho tinha a capacidade de transformar o seu físico, convertendo-se no ser humano que desejava, para assim entregar as diferentes mensagens que os Deuses tinham para os demais. Uma capacidade que era importante para o ajudar a transmitir as mensagens. No entanto, e sempre segundo a lenda grega, a verdadeira imagem de Morfeu assemelhava-se mais à de uma figura demoníaca. Possuía umas enormes asas pretas que lhe permitiam voar entre os sonhos, criando as diferentes recreações oníricas. E se alguém se opusesse a sonhar, Morfeu seduzia-o. Para isso, auxiliava-se da sua capacidade camaleónica de se transformar em outras figuras.

Deus do sonho

Mitos e lendas sobre Morfeu 

A lenda diz que Morfeu participou numa guerra juntamente com o seu próprio pai e os seus avós Érebo e Nix. Ao sobreviver, a etiqueta de Deus poderoso ficou bem impregnada no seu nome, convertendo-se assim num dos intocáveis. Até chegarmos ao ponto de que nem o mesmíssimo Zeus era capaz de poder com ele. 

O maravilhoso da Grécia clássica é que todas estas lendas têm várias versões. De maneira paralela ao relato que o ergue como um deus todo-poderoso, outra lenda fala de que nunca apareceu pessoalmente na guerra. Ou incluso que pode ter sido assassinado por algum Deus. Segundo se diz, após o evento Cadeias do Olimpo. Uma terceira via refere que, graças à sua juventude e à proteção do seu pai, Morfeu ficou confinado, ajudando-o na sua sobrevivência.

Na mencionada guerra das Cadeias do Olimpo, Morfeu induziu todos os habitantes da Terra a um sono profundo. Tanto os deuses como os humanos ficaram à sua mercê, aproveitando para envolver o planeta numa névoa negra. Esta espécie de reinado de Morfeu acabou quando Cratos recuperou a Hélio, o que provocou que Morfeu voltasse a ser um Deus discreto e sempre na sombra (ou transformando-se em outros seres).

Outra das lendas que orbitam à volta de Morfeu fala da sua participação na morte de Hélio. Ainda que esta tenha acontecido às mãos de Cratos, alguns relatos situam o próprio Morfeu a ajudar, bloqueando o sol. Quer seja por inação ou por conspiração, a figura do deus do sonho é associada com o caos que provocou o assassinato de Hélio, o Deus do Sol.