Os problemas que esconde a sesta
Sesta sim, ou sesta não? Enquanto algumas correntes científicas defendem isso de fazer uma pequena soneca depois de comer (já que obedece a razões biológicas, relacionadas com o fluxo sanguíneo que se concentra no aparelho digestivo), outros especialistas da saúde não a recomendam. Segundo estes últimos, os problemas que esconde o feito de dormir uma sesta iriam, desde um sono noturno de má qualidade, até outros tipos de transtornos do sono.
Se é verdade que a sesta faz parte do nosso quotidiano desde sempre, a pandemia reativou bastante a sua prática. Ainda que sempre a tenhamos associado com as calorosas tardes de verão, o feito de que agora mais pessoas realizem os seus trabalhos de forma remota desde casa, fez com que tenhamos esses 20 ou 30 minutos que são necessários para dormir. Incluso algumas grandes empresas recomendam aos seus trabalhadores esta prática, encorajando-os a dormir nas suas próprias instalações. Então, dormir a sesta está recomendado, ou não?
7 desvantagens de dormir a sesta
Existem tantos tipos de sesta, como pessoas. Tendo em conta os diferentes entornos e contextos, podemos encontrar as pessoas a fazer uma pequena sesta por necessidade. Outros, de uma maneira programada, porque sabem que esses 20 minutos lhes dão uma nova vida. Uma grande maioria simplesmente a pratica, porque fica mais apática depois de comer. E também existem os autênticos profissionais, aqueles que colocam o pijama, baixam a persiana, metem-se na cama e dormem mais de duas horas.
O feito de que o seu uso esteja tão difundido, e seja tão popular, não impede que esta prática esconda uma série de problemas. Desvantagens para a nossa higiene do sono:
1. Quantas vezes se despertou de uma sesta totalmente desorientado? Essa típica sonolência, que definimos com uma “esta sesta deixou-me meio atordoado”. É a inércia do sono. E voltar a ativar-se pode ser complicado, e originar consequências laborais e de rendimento.
2. Se existe consequência lógica da prática da sesta, é a que encontramos pela noite. Fazer uma sesta de mais de 20 ou 30 minutos depois de comer pode romper totalmente a nossa higiene do sono, provocando uma pior qualidade do mesmo. É totalmente lógico pensar que as sestas muito longas irão acabar por interferir na nossa qualidade de sono, e incluso podem acabar por provocar algum tipo de insónia.
3. As sestas muito longas podem originar, ou ser um sintoma, de problemas de saúde. Se o seu estado físico o leva todos os dias a dormir uma sesta, a nossa recomendação é que se consulte com o seu médico de família. É quase seguro que essa fadiga obedeça a outro tipo de transtorno ou doença. Por exemplo, os doentes com diabetes de tipo II costumam ter um maior nível de incidência neste aspecto.
4. Voltando ao estado anímico, por vezes o menos preocupante de fazer uma sesta não é a ativação lenta ou progressiva. É despertar-se de mau humor, com alguma confusão, pouca concentração e, sobretudo, com pouca vontade de continuar com as atividades do dia a dia.
5. Existem muitas pessoas que utilizam as sestas para contrabalançar a falta de sono pela noite. Se este é o seu caso, aconselhamos a que se consulte com o seu médico especialista, de modo a conseguir tratar esse transtorno do sono.
6. As sestas muito frequentes e de longa duração acabam por afetar os nossos ritmos biológicos. E, como já recomendamos numa imensidão de ocasiões, o ideal e mais recomendável é ser constante com os nossos hábitos de descanso: deitar-se e levantar-se à mesma hora, incluso aos fins de semana.
7. Ficou com vontade de continuar a dormir a sua sesta? De certeza que sim. Ninguém pode negar os prazeres que esconde a sesta. Existem muito poucas práticas tão lúdicas e baratas como fazer uma boa sesta depois de comer. E ainda mais, se sabemos que não temos de trabalhar depois. Mas, o problema é que estão limitadas (ou, pelo menos, deveriam estar). O feito de não poder desfrutar delas na sua plenitude já é uma inconveniência que temos de destacar.
